
Eu vejo o mundo todo fazendo uma corrida às cegas. Prendendo-se a coisas e situações sem sentido por convenção e comodismo. Vendo a vida passar sem ao menos passar a mão na bunda dela. Sem aproveitar o que de fato devemos e dá prazer. Simplesmente consentindo. Eu vejo pessoas condicionadas e de mãos presas por chicletes. E pensar que esse quadro pode mudar não é nenhuma utopia. Eu por exemplo, estou resgatando os tais velhos sabores. Porque eu realmente havia esquecido como era ser a prioridade de alguém, de como era o abraço de pai. E agora eu quero comprar uma piscina de plástico com desenhos azuis de ondinha e comer picolé de mini-saia. E vou mergulhar nela como se esse fosse meu último mergulho, como se a água do planeta estivesse pra acabar amanhã. Quero chupar esse sorvete até sentir o gosto da madeira do palito, como se aquele sabor fosse uma edição limitada.E aí sim, quando eu chegar no dia do meu juízo eu vou mandar que me levem porque aqui eu já fiz tudo o que pude e não pude.Eu vou viver o que ainda posso intensamente, provando tudo quanto é tipo de fruta. Eu só vou concordar com aquilo que me convém, e na atual conjuntura, já não concordo mais com o tempo perdido e lamentação.Eu estou indo ali escrever a melhor história.
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